A contemplação. «A necessidade de recordar, ao lado do elemento laudativo e deprecatório, a importância de outro elemento essencial do Rosário: a contemplação. Sem esta, o Rosário é um corpo sem alma e a sua recitação corre o perigo de tornar-se uma repetição mecânica de fórmulas e de vir a achar-se em contradição com a advertência de Jesus: ‘Nas vossas orações, não useis de vãs repetições, como os gentios, porque imaginam que é pelo palavreado excessivo que serão ouvidos’ (Mateus 6, 7)» (Paulo VI, MC 47).
Rezar com calma. «Por sua natureza, a recitação do Rosário requer um ritmo tranquilo e uma certa demora a pensar, que favoreçam, naquele que ora, a meditação dos mistérios da vida do Senhor, vistos através do coração daquela que mais de perto esteve em contacto com o mesmo Senhor, e que abram o acesso às suas insondáveis riquezas» (Paulo VI, MC 47).
A Liturgia e o Rosário não se podem contrapor nem equiparar. «As celebrações litúrgicas e o pio exercício do Rosário não se devem contrapor nem equiparar. Cada expressão de oração, na verdade, conseguirá ser tanto mais fecunda, quanto mais conservar a sua verdadeira natureza e a fisionomia que lhe é própria. Reafirmando, portanto, o valor proeminente dos atos litúrgicos, não será difícil reconhecer que o Rosário é um exercício de piedade que se harmoniza facilmente com a sagrada Liturgia» (Paulo VI, MC 48).
A dimensão comunitária da Liturgia e do Rosário. «Como a Liturgia, efetivamente, também o Rosário tem uma índole comunitária, se nutre da Sagrada Escritura e gravita em torno do mistério de Cristo. Depois, muito embora em planos essencialmente diversos, anamnese na Liturgia e memória contemplativa no Rosário têm por objeto os mesmos eventos ‘salvíficos’ realizados por Cristo» (Paulo VI, MC 48).
O Rosário como preparação ou eco da Liturgia. «O Rosário é um pio exercício que à Liturgia foi buscar a sua motivação. […] A meditação dos mistérios do Rosário, de facto, ao tornar familiares à mente e ao coração dos fiéis os mistérios de Cristo, pode constituir uma ótima preparação, e vir a ser, depois, um eco prolongado da celebração dos mesmos mistérios nos atos litúrgicos. É erro, todavia infelizmente, ainda a subsistir nalguns lugares, o recitar o Rosário durante a ação litúrgica» (Paulo VI, MC 48).
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Maio 2014 — Mês de Maria: Feliz daquela que acreditou | 21 — pdf